O Terceiro Olho e outras histórias

“Em literatura, entretenimento não é passatempo, é sedução pela palavra. É um conceito a que se deve atribuir valor artístico. A narrativa com esse valor é reconhecida pelo público que se preocupa com o prazer da leitura, com a relação afetiva com o livro, com as reflexões que uma história bem contada pode provocar e com a socialização dessas histórias e dessas reflexões. Sim, a socialização, pois aquele que tem prazer na leitura sempre recomenda o livro ao amigo mais próximo.
O que você encontrará nas páginas escritas por Giovani Favero é entretenimento nesse sentido amplo. A crônica é um gênero que deve ser olhado com mais cuidado, pois carrega a essência do jeito brasileiro de contar histórias. Tem força, relevo, substância.
O paradigma do biscoito fino é uma falácia de quase cem anos na cultura deste país. É o argumento da exclusão. São os brioches da nossa literatura, difundidos pelas Marias Antonietas encasteladas na linguagem empolada do hermetismo. Mas a guilhotina vai chegar. É isso que acho sobre o futuro.
Ao contrário do que apregoaram certos apocalípticos, a popularização da tecnologia valorizou a escrita e, portanto, aumentou o interesse pelo texto, pela palavra. Há leitores neste país, mas é preciso respeitá-los. É preciso produzir narrativas que não sejam meros exercícios de egocentrismo e/ou missivas elípticas endereçadas aos pares. Escrevemos para sermos lidos, o que deveria ser óbvio, mas parece um pecado mortal no sacro universo de nossa literatura.
Há poucas exceções. Uma delas está bem diante de vocês. Basta abrir este livro.”

Felipe Pena – Doutor em Literatura pela PUC-Rio e autor de 14 livros, entre eles o romance FÁBRICA DE DIPLOMAS.

Giovani Marino Favero é cientista, pesquisador de alto coturno na universidade brasileira. Seu trabalho laboratórial não o distanciou dos enigmas da existência humana, dos seus desafios, da reflexão sobre nossa dupla caminhada, a material e da psiquê e a consequente evolução do indivíduo. Constituindo-se exceção, traduziu-a, artisticamente, na forma de contos. Impossível percorrer as estórias sem envolver-se, dramaticamente, com seus personagens.
O livro mostra a possibilidade do intelectual permitir que através de si, o leitor adentre a sua alma, se contamine com a virtuosidade da vida, construtiva experiência compartilhada, porque o homem das fórmulas e teorias possui e libera também, as emoções sinceras do homem singular.
Não se trata de leitura alienante porque se refere a um homem concreta que luta, enfrenta obstáculos, tem momentos baixos e altos, mas encontra a instância da realização pessoal.
A divulgação da obra insere-se no esforço de articular ciência, literatura nacional e educação, seduzindo nossa juventude aos valores fundamentais da vida, tanto quanto estimulando a criatividade artística, a leitura, a imaginação, o espírito crítico e a escrita.